A vida de três pessoas, cujo percurso se altera e que acabam por se cruzar.
As suas dúvidas, o seu quotidiano, o seu encontro inesperado…
Os personagens são fictícios, mas poderiam ser reais.
…
A vida de três pessoas, cujo percurso se altera e que acabam por se cruzar.
As suas dúvidas, o seu quotidiano, o seu encontro inesperado…
Os personagens são fictícios, mas poderiam ser reais.
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Naquela madrugada tudo estava mais calmo do que o habitual. Na rua não parecia existir o movimento caótico de viaturas, ruído de motores, buzinas e de vendedores a apregoar os seus produtos. Durante alguns instantes, ainda aturdido pelo sono de uma … Continuar a ler
Francesca Caprezzi apressava-se a executar todas as ações habituais antes de deixar a loja. Contrariamente ao que havia sucedido durante os demais dias da semana, aquele tinha sido bastante movimentado com imensas clientes, umas apenas com o intuito de visitar e inquirir, outras acabando por comprar um artigo ou outro. Francesca estava satisfeita com o resultado.
Dirigiu-se à sua mala, procurou o telemóvel e quando o localizou, marcou o número de Roberta.
Roberta contornou a praça e escolheu uma rua que se parecia com qualquer uma das outras. Estancou na passadeira de peões, esperou pelo sinal verde e atravessou. A cinco metros um toldo grande azul e branco assinalava Bambino Café. Ao chegar optou por uma mesa sobre o lado direito da esplanada, recostando-se com um ar reconfortado na cadeira de verga.
O funcionário vindo do interior dirigiu-se a um casal numa mesa ao lado e em seguida, aproximou-se dela.
Volvidos uns longos minutos a sua limonada foi servida. Precisamente nessa altura Francesca procurava a sua amiga na esplanada e quase esbarrava com o funcionário.
O funcionário inicialmente sisudo acabou por esboçar um sorriso perante tamanho despiste e vivacidade.
Francesca, que já estava a voltar-se novamente para o funcionário, não respondeu.
Roberta limitou a acenar que sim com a cabeça.
O funcionário regressou ao interior do café.
Saíram do Bambino Café vinte minutos depois em direção à loja de mobiliário. Nessa altura o sol poente e a aragem de final de tarde tornavam o ar mais suportável.
Ao entrarem no espaço Design e Mobiliário ficaram surpreendidas com a sua dimensão. A montra, de tamanho médio, não denotava a imensa área da loja e a existência de dois pisos.
Francesca e Roberta concordaram em visitar os dois pisos para tirarem ideias e só depois debruçarem-se sobre o motivo da sua visita. Muito embora os dois andares tivessem algumas peças interessantes, os preços pareceram demasiado elevados a Francesca e a minúcia de Roberta naquele tipo de ambientes era totalmente exasperante. Em determinado momento, Francesca Caprezzi considerou que se soubesse o tamanho da Design e Mobiliário nunca teria combinado qualquer encontro com Roberta ali. Mas a amiga, quando queria, conseguia ser absolutamente amorosa.
Acabaram por escolher uma das mesas médias dentro do quadro “super-económico” assinalado por um enorme dístico que marcava uma reduzida área da loja. Antes Francesca Caprezzi tinha verificado cuidadosamente as suas anotações com as medidas e solicitado à funcionária que as atendia, as medidas de três das mesas em exposição. Decisão tomada, acordaram o dia e a hora da entrega da peça e Francesca efetuou o pagamento.
Ao deixarem a Design e Mobiliário as amigas já estavam as duas bem dispostas e cheias de apetite. Eram 21h30.
Durante o jantar o diálogo foi animado e acabaram a noite em casa de Roberta a tomar chá gelado com bolo já pela noite dentro.
Francesca Caprezzi nem se apercebeu dos dois sms de Giovanni Onetto.